Burnout no Mundo do Trabalho!
O mercado de trabalho está a tornar-se mais exigente, precisando de profissionais mais produtivos, que respondam a uma grande demanda de trabalho, fazendo com que as pessoas tenham que trabalhar muitas horas por dia. Por consequência disso, os profissionais tendem a ter um elevado nível de cansaço, que afecta directamente o funcionamento do cérebro, bem como o desempenho. Este cansaço, se não controlado, pode gerar um distúrbio denominado Síndrome de Burnout.
O que é a Síndrome de Burnout?
Também denominada como Síndrome de Esgotamento Profissional ou Stress Ocupacional, o Burnout (literalmente traduzido do inglês como “queimar por completo”, pode se definir, de forma simples, como sendo exaustão extrema ou esgotamento físico, geralmente desenvolvido por acúmulo excessivo de stress, tensão emocional e pressão no trabalho. Este problema é comumente identificado em profissionais que dedicam-se excessivamente ao seu trabalho (os denominados workaholics), que não proporcionam a si mesmos momentos de lazer ou de relaxamento. Tendem, inclusive, a ter uma sensação de extremo cansaço mesmo em períodos de descanso, assim como desinteresse/indiferença por coisas que antes lhes davam prazer.
Principais sinais de Burnout
Podem ser identificados sinais de ordem psicológica, como por exemplo: Cansaço mental excessivo, perda de foco/concentração no trabalho, agressividade e alteração repentina do humor. É também previsível que estas pessoas tendem a sentir baixa auto-estima e afastem-se de amigos e familiares. Por consequência disso, podem ser verificados alguns sinais físicos como: dores de cabeça, palpitações, tonturas, dores musculares e problemas de sono.
Fases do Burnout
Os psicólogos Herbert Freudenberger e Gail North, fizeram um mapeamento sequencial desta síndrome, descrevendo-a em 12 fases:
1ª - Excesso de motivação/ambição: É comum em pessoas que iniciam um novo emprego ou realizam uma nova tarefa, que pretendem obter sucesso em pouco tempo, para mostrar o que valem e atingir níveis excepcionais de desempenho. Muita ambição pode levar ao esgotamento;
2ª – Entregar-se para trabalhar mais: Pela ambição de alcançar o auge com maior rapidez, o profissional aumenta excessivamente o seu tempo de trabalho;
3ª – Negligenciar as suas próprias necessidades: Quando a pessoa começa a sacrificar o autocuidado, como dormir, fazer exercícios e comer bem;
4ª - Deslocamento do conflito: Em vez de reconhecer os seus limites, algumas pessoas se esforçam ao máximo e assumem responsabilidades acima das suas capacidades. Culpam o chefe, a demanda do trabalho ou aos colegas pelos problemas de natureza pessoal;
5ª – Perda de tempo para necessidades não relacionadas ao trabalho: Quando começa a se afastar da família e dos amigos. Convites sociais para festas, filmes e jantares começam a parecer pesados, em vez de agradáveis;
6ª – Negação: Manifesta-se pelo aumento de impaciência com os seus colegas. Em vez de assumir a responsabilidade por seus comportamentos, culpa os outros, vendo-os como incompetentes, preguiçosos e autoritários;
7ª – Cancelamento: Afastamento de qualquer actividade social;
8ª - Mudanças comportamentais: Aqueles que estão no caminho do esgotamento podem se tornar mais agressivos e atacar, inclusive as pessoas próximas, sem motivo;
9ª – Despersonalização: Crise de identidade e perda de controlo. Começa a sentir-se desapegado e sem capacidade de controlar a sua vida;
10ª - Vazio interior ou ansiedade: Faz recorrer às acções alternativas para lidar com essa emoção, como uso de substâncias ou jogos de azar;
11ª – Depressão: Sentimento de tristeza e/ou diminuição de interesse ou prazer em realizar actividades que anteriormente traziam uma certa satisfação. A vida perde o sentido e começa a sentir-se sem esperança;
12ª - Colapso mental ou físico: É o desequilíbrio entre o corpo e a mente, que faz com que a pessoa se sinta sobrecarregada, resultando em sintomas de cansaço excessivo, dificuldade para se concentrar e alterações intestinais.
Como evitar a Sindrome de Burnout?
A prevenção é o melhor antídoto para evitar que esta síndrome acomete a sua vida profissional. Sugerimos, portanto que siga as seguintes dicas:
Pratique Exercícios Físicos
O exercício não é apenas bom para nossa saúde física, mas também pode nos dar um impulso emocional. Faça mini-treinos em casa e caminhadas curtas diariamente.
Faça uma dieta balanceada
Fazer uma dieta saudável cheia de ácidos gordos, ômega-3 pode ser um antidepressivo natural, melhorando os níveis de humor. Por isso, adicione, na sua dieta, produtos como azeite, castanha de caju, nozes, amêndoas e peixes.
Pratique bons hábitos de sono
Hábitos de sono saudáveis são essenciais para restabelecer as nossas energias, assim como para o nosso bem-estar. De acordo com a National Sleep Foundation, evitar cafeína antes de dormir, estabelecer um ritual relaxante na hora de dormir e banir smartphones do quarto pode ajudar a promover uma boa higiene do sono.
Peça ajuda
Em momentos stressantes, é importante procurar ajuda. Se não consegue ter acesso a um especialista desenvolva “check-in” de autocuidado com amigos próximos e familiares para que estes possam lhe ajudar a fazer o controlo.
Esteja atento aos sinais acima apresentados, tome em consideração as sugestões, leve uma vida saudável e evite o Burnout.
Por: Baciquete Banze, CONTACT